segunda-feira, 19 de setembro de 2011

The Pains of Being Pure at Heart - Circo Voador - 16/09/2011



Ha mais ou menos dois anos você leu aqui sobre uma bandinha do Brooklyn que começava a aparecer - e muito - fazendo aquilo que as bandas novas pareciam estar esquecendo: rock barulhento, alto, com refrões grudentos e melodias assobiáveis. Pois bem. Em dois anos esta bandinha cresceu, tocou em festivais mundo afora, passou com sobras pela famosa "prova do segundo CD", com o M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O "Belong" e, finalmente, aportou na lona voadora para alegria de rockeiros cariocas carentes de bandas deste naipe.

Quando entrei no Circo escutei ao longe berros que pareciam de uma pessoa sendo currada. Pois esse era o jovem Ariel Pink, com seu folk psicodélico. Nem me atrevi a passar perto do palco e fui direto beber a primeira cerveja da noite, conversando com amigos. De longe, o que escutamos do jovem não impressionou e apenas tornou mais longa a ansiosa espera pelo Pains.

Final do show e o set do DJ manteve a pista do Circo - iluminada como de uma Boate - cheia de jovens. E a "fauna" do show por sí só já era um evento: de indies com óculos de aro grosso a periguetes que claramente não sabiam o que faziam ali, tinha de tudo na lona do circo. Pena que não estava cheio.

E a uma da manhã os 5 jovens do Brooklyn entram no palco e com "Belong" dão inicio a uma belíssima apresentação. O som das duas guitarras, inicialmente mais baixo que o esperado, fica beeeeem melhor e BEEEM mais alto já na segunda musica, a linda "This Love Is Fucking Right!", cantada por muita gente na lona. Em "Heart In Your Heartbreak" o Pains mostra sua verve mais pop e também mais doce. Coisa linda de viver.

O show segue com guitarras altas e com agradecimentos de Alex ao publico pela "incrível tour" - lembrando que o show do Rio só foi possivel devido a mobilização no esquema crowdfunding promovido pela galera empolgada do "Queremos". O vocal da banda é um showman: toca, agita a cabeleira e dança freneticamente no palco. A tecladista Peggy dança, faz backings e encanta pela timidez e presença. E as texturas de guitarras de Christoph Hocheim são um dos pontos altos da banda. O show segue com as lindas "Girl of 1,000 Dreams", "Come Saturday" (que fez este escriba perder as estribeiras e dançar como se não houvesse amanhã) e "My Terrible Friend".

A linda "Even In Dreams" encerra o show, escancarando a influência de My Bloody Valentine do Pains. A banda faz aquele doce tradicional e Alex retorna sozinho ao palco para cantar a linda "Contender". E o show termina me deixando com aquela sensação doce e agradável de quem acabou de tomar sorvete ou de beijar a menina mais bonita do bairro.

Quem diria que as dores de ser puro de coração seriam tão agradáveis! SHOWZAÇO!