segunda-feira, 29 de junho de 2009

Quase um alcóolatra em um lugar do caralho!

Depois de um final de semana com alto teor alcóolico, indie.punk.pop não poderia deixar passar batido que o mestre Wander Wildner mais uma vez deu as caras pelo Rio e mais uma vez fez um show do caralho no último Sábado, na Drinkeria Maldita de Copacabana!

Sim, ele continua uma figura com presença única e com uma nova guitarra Gibson Les Paul que faz ainda mais barulho.

Sim, ele segue cantando todos os clássicos em um show de uma hora - "mantra das possibilidades" (que abriu o show), "eu tenho uma camisata escrita eu te amo", "Eu queria morar em Beverly Hills", "bebendo vinho", "eu não consigo ser alegre o tempo inteiro" (que você pode ver um trecho, com audio sofrivel, aqui), "on the road", "amigo punk" (que encerrou o show) e ainda de quebra fechar o bis com Aquela versão de "Candy" (do Iggy Pop) que só ele faz.

Sim, a banda segue sendo ele na guitarra e as divertidíssimas e competentíssimas Georgia (baixista também das Mercenárias) no Baixo e Pitchu na bateria (esta última, diviviu minha atenção com o mestre durante o show, com todos os seus trejeitos enquanto toca...).

Sim, o público carioca segue sendo apaixonado por Wander, cantando todas as musicas, apesar de um climão meio frio durante os intervalos das musicas.

Sim, ele tocou UMA musica de sua ex-banda, Replicantes - "surfista calhorda" - à capela, sem a banda.

E SIM, o show do Wander segue sendo um show do caralho!!


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Superchunk - "Leaves in the Gutter"

Fazia um tempo que o Superchunk - um dos preferidos da casa - andava sumido. E de fato Jim, Mac, John e Laura haviam, desde 2002, dado um tempo em shows e discos pra tocar seus projetos.

Mas eis que no inicio deste ano eles soltam "Leaves in the Gutter", um EP com 5 musicas simplesmente perfeito - repito a expressão, perfeito! Um belo aperitivo para a participação deles no Coachella Festival.

"Leaves" abre de cara com uma das melhores musicas do ano, "learned to surf", uma típica canção "superchunkiana": guitarras altas e melodiosas, baixo marcadão e um refrão que não sai da cabeça nem com solvente ("I can’t hold my breath anymore..I stopped swimming and learned to surf”).

Em seguida "Misfits and mistakes" segue com a mesma receita, mas com um riff de guitarra mais trabalhado, com uma letra beeem bacana!

"Screw it up", a mais leve do EP, poderia estar perfeitamente no "come pick me up", talvez o album mais pop da banda. Leve e fluida, é daquelas musicas que você escuta no ônibus balançando a cabeça, pra espanto do trocador...

E "Knock Knock Knock" fecha com um riff matador, um típico rockão com bateria marcada e uma parede de guitarras, mostrando que ainda há muita lenha pra queimar.

Mas e a quinta faixa? A quinta é uma versão acustica linda e deliciosa de "Learned to Surf" que não só te deixa com um gosto de "quero MUUITO mais" como mostra que no universo indie, o Superchunk ainda tem credenciais! E que saudade do inesquecível shows deles que vi aqui no Rio, em 2000, no extinto Ballroom...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Emo pride!


Essa palavrinha que se tornou maldita no inicio deste século tinham outros significados em meados dos 90's. O chamado "emo-core" tinha raízes fincadas em bandas HC que começaram a desacelerar a levada das musicas e a escrever letras menos criticas e politicas e mais subjetivas (pero-non melosas). Sim queridos leitores, encham as mãos de pedras: eu gosto de várias bandas daquilo que se convencionou chamar de a "primeira geração do Emo-core".

E entre elas a que, talvez, mais me chamasse a atenção era o SUNNY DAY REAL ESTATE. Em meados de 96 eu aluguei (é, a gente alugava CD's em locadoras de CD's como a Spider, em Ipanema...) o "Diary" e passei semanas ouvindo: musicas dedilhadasa, vocais soturnos e sussurados que explodiam em refrões gritados e com letras pesadas, densas. Porra, achei a banda foda de cara! E depois deles fui atrás e descobri Mineral, Quicksand, Farside e Hot Water Music.

Pois tudo isso veio à lembrança hoje quando me deparei com a noticia que o Sunny Day está voltando para uma série de 20 shows nos EUA. A noticia reproduzida do site Zona Punk (www.zonapunk.com.br) segue abaixo:

"Os quatro membros originais do Sunny Day Real Estate, incluindo ai o baixista Nate Mendel - atual Foo Fighters - irão se reunir para uma série de 20 shows nos EUA em Setembro. Aproveitando o anuncio, a Sub Pop irá relançar os dois primeiros discos da banda, "Diary" e "LP2", cada um com bônus e novos encartes, dia 15 de Setembro".

Bela noticia pra fechar bem a semana!
Alguem aí já ouviu o novo EP do Superchunk?? Hein? Mais sobre ele esta semana ainda!

PS: se alguem quiser ler mais sobre a relação deste escriba com o "EMO" (AAAAAARG) ler este post meu de 2007

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Passei a semana escutando...THE PAINS OF BEING PURE AT HEART


Meu amigo Sal, certa noite, cunhou uma expressão que me chamou a atenção: "Indie pride"! Saca, o indie "indie meeesmo", com todas as afetações e clichês que fizeram o gênero se tornar o que se tornou - o que quer que "indie" seja neste tardio novo século? Pois é.

Pois os PAINS OF BEING PURE AT HEART é exatamente isso, "indie pride". Esse quarteto de NYC, formado em 2007, ocupou de maneira intensa e, acho, definitiva meu MP3 player nas ultimas semanas com aquela sonoridade tão falada acima: guitarras distorcidas, bateria pop, vocais sussurrados e melodias assobiáveis. Pop? Não, indie!

Seu álbum homônimo lançado em Fevereiro deste ano é uma pérola pra amantes de Pavement, Teenage Fanclub, My bloody valentine e afins, justamente por ter claras influências de todas estas bandas mas, ainda assim, soar original. Além de tudo, a faixa "young adult friction" já é forte candidata a musica do ano, fácil!

Mas apenas para os puros de coração.

Conheça a banda em:
www.thepainsofbeingpureatheart.com

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Nós viemos do inferno..ou, ainda há ROCK no Hell de Janeiro!

De vez em quando algumas noites me fazem ter uma pequena esperança que esta cidade "tumulo-do-rock" ainda tem jeito. E uma dessas foi ontem, dentro da festa "A grande Roubada" no Cine Lapa. 4 shows e casa completamente abarrotada, com gente saindo pelo ladrão (aonde essa galera toda se esconde em dias de shows só das bandas locais?).

Quem abriu os trabalhos foi o CABRONES SARNENTOS, bela banda de punk rock'n'roll daqui. Show alto, com um vocalista com muita presença e letras falando de bebedeiras, brigas e tudo mais que faz a festa dos rockers de plantão. O cover de "o dotadão deve morrer" (Cascavaletes) fez a alegria deste escriba.


Um rolé pra lá, papo com váários amigos pra cá, e a BIG TREP, orgulho da cena rocker carioca, está no palco. Mauk e Edu comandam a festa com aquela rockabilly alegre e experiente de quem tem 20 anos de carreira nas costas e um repertório que poderia tocar a noite toda. A cover de "Skulls" do Misfits em uma levada rockabilly ficou maravilhosa! O vocalista Mauk dedica o show ao filho que completou 10 anos e a galera aplaudiu...fofésimo!!

Mais uma(s) cerveja(s) e o ROCK ROCKET (SP) sobe ao palco. Com um baixista novo, a banda manda ver em um rock com pitadas de proto-punk "ala" Ramones e fazem um show insano! O novo baixista é o destaque do show pra mim, com uma puta prsença de palco, agitando, cantando e "puxando" a galera pro show. E acasa vem abaixo com os hits instantâneos "doidão" e "por um rock'n'roll mais inconsequente e alcóolatra". O som do Rock rocket estava muto bem ajustado e limpo, todos os instrumentos eram perfeitamente escutados, como em um CD. Showzão!

Encerrado o Rock Rocket, luzes apagadas e uma sombra no palco: era uma linda pin-up, Ms Fascinatrix, que inicia uma performace de fazer todos os marmanjos babarem: é camarada, strip-"chic", coisa fina, moça de parar o trânsito e homens na primeira fila quase enfartando.


E tome mais cerveja(s) e logo Jimmy London, vocalista do Matanza, sobe ao palco e pergunta: "alguem aí tem pacto com o 'outro' lado?". 'alguem aí é das forças do mal"? Era a senha pro show dos donos da noite, ZUMBIS DO ESPAÇO. Thor e cia adentram o palco e desfilam clássicos do horror punk brazuca, como "a casa dos horrores", "a marca dos 3 noves invertidos", "mate esmague e destrua", "eu me tornei um mutante" entre outros. Nesse momento o Cine Lapa está literalmente estourando de gente. Acho engraçado porque da ultima vez que vi um show deles, lá pelos idos de 2000, no Garage, a casa não tinha 100 pessoas. Agora eles tocam pra um publico insano e enlouquecido. A garotada sobe ao palco e derruba microfones, deixando Thor irritado. E não queira ver um sujeito daquele tamanho bravo: ele ameaça que "o bicho vai pegar se alguem subir de novo", mas é só ameaça mesmo: a molecada seguiu fazendo a festa e se esbaldando no show. Ainda assim, como sempre tem um pela-saco, alguem conseguiu subir no palco e roubar o microfone do guitarrista DURANTE o show...ladrão ninja! Mas a banda encarou tudo e transformou o Cine Lapa em uma filial da casa de Satã!

o som estava um pouco alto DEMAIS mas valeu a energia. Saldo mais que positivo no final, uma ressaca dos infernos e a certeza de que, em se tratando de Zumbis do Espaço, o mal nunca morre mesmo.

fotos gentilmente "roubadas" do orkut do Panamá!