E Cat Power mais uma vez esteve entre nós.
Um show de Cat Power não é puro agito, animação em estado máximo. Também não é cool, com caras e bocas e olhar blasé - aliás, mal dá pra ver sua cara abaixo daquela franja bisonha.
O show é lento, slow, quase lisérgico. A banda, minimalista. Um teclado/ piano e um guitarrista, quase o tempo todo com o Wha-Wha ou tremolo ligados. e só. Em poucas musicas - umas 4 - um batera aparece com aquela escovinha, apenas para marcar o ritmo.
O show da gata não é sexo selvagem e efêmero, daqueles que se faz com puta ou com uma mulher qualquer que se agarrou na noite de ontem. É sexo sem senso de urgência, de quem desfruta cada momento do acontecimento.
Assim, dessa maneira prazerosa, ela vai desfilando canções suaves, doces, mas com uma voz que empresta uma profunda melancolia a cada nota, magnetizando um circo voador quase lotado. Seu timbre em alguns momentos me lembrou o de Beth Gibbons e, em outros, seu vozeirão blueseiro dá as caras.
a platéia se entrega, acompanha com palmas, dá presentes. Cat Power os recebe com sorrisos, chega a abrir um deles no meio da musica, se sente claramente confortável e feliz por estar ali, em um palco pequeno, em uma relação intimista com seus fãs.
O final do show, com distribuição de flores "ala" Roberto Carlos, encerra um concerto, um momento de beleza. É leitor indie ou punk, beleza, ternura, coisas que a musica as vezes se esquece de ser ou viver. E que Cat Power domina como poucos.
Dormi muito, mas muito bem ontem.
Ótima sua definição para as músicas da Cat Power, são musicas para se degustar aos poucos, com calma, nota por nota.
ResponderExcluirEla é, pra mim, uma das melhores cantoras.