Há algum tempo descobri e me apaixonei pelo som do Allo Darlin. Por isso quando, em viagem por Londres, descobri que eles fariam um show na cidade, corri para aproveitar a chance.
O Luminaire fica em um bairro um pouco afastado do centro de Londres - Kilburn. Por isso, entre baldeações de metrô e trem, cheguei no fim do show do Antarctica Takes it. Sim, porque estava marcado para começar as 20:00 e nesta exata hora o quinteto indie folk estava no palco. Gostei bastante das duas musicas que ouvi, um som leve e pop, com uma vocalista um pouco crua mas com instrumental excelente.
Antarctica Takes It
Aproveitei o intervalo para pegar um pint de Guinnes (por inacreditaveis 3 Libras) e dar uma volta pela casa. O Luminaire é uma casa de pequeno porte mas com uma excelente estrutura. Para quem é do Rio, lembra o segundo andar do Cinematheque, mas um pouco maior. O palco é baixo com caixas potentes e uma TV LCD gigante transmite o show entre o salão e o corredor de acesso aos banheiros. O bar é grande e, como aqui, havia as banquinhas de venda de merch das bandas. Além disso, a casa fica a uma quadra da estação de trem, o que facilita pra burro o acesso.
Bem, voltando pra musica: os Smittens sobem ao palco e eu me aproximo para ver o show do quinteto londrino. A troca de palco foi rápida por um dado que me chamou a atenção - e muito: todas as bandas usaram os mesmos instrumentos. Ou seja, era só subir e afinar de novo. Não sei se é uma prática comum por aqui mas que agilizou - e muito - o andamento das coisas, agilizou.
The Smittens
O som dos Smittens segue a linha do Allo Darlin, ou seja, aquilo que por aqui convencionamos chamar, ha alguns anos, de powerpop - ou indie-pop. Vocal feminino (que também toca violão), muitos jogos de vozes entre a vocalista e o tecladista (o destaque da banda, com seu vozeirão de barítono) e um show pra lá de animado! Você pode ver um pedaço da deliciosa "Summer Sunshine" aqui. A casa avisa que faltam 5 minutos e a banda anuncia a ultima musica (sem chiar, sem pedir "só mais umazinha" ou ataques de estrelismo). Nesta ultima musica, os musicos trocam de posição: a baterista (uma menina magrinha e pequenininha, mas que toca pra burro!) vai para o vocal, a vocalista pra batera e o baixista assume os teclados. Divertido.
Mais uma volta e ficamos lendo os divertidos anuncios que a TV LCD transmite: das próximas atrações da casa ao horário dos ultimos trens, passando por avisos como "não somos um pub: se você quer conversar ao inves de ver as bandas, você está no lugar errado".
Mais uma Guiness e pontualmente as 22:00 o ALLO DARLIN sobe ao palco. E começam matando com a tríade "if loneliness was art", "woddy allen" e "Polaroid song" (cantei alto, confesso). O som da banda ao vivo é bem mais pesado que nas gravações. A presença de palco da vocalista Elizabeth Morris é excelente e ela segura o público com comentários divertidos entre as musicas - por exemplo, agradecendo à mãe do baixista Bill por ter financiado a compra de equipamentos da banda. O público está bem mais empolgado com o ALLO DARLIN e canta junto o refrão de "kiss your lips".
O show encerra as 22:45 com "Dreaming", contando com a participação do tecladista do Smittens, Bobby, dividindo os vocais com Elizabeth. A banda se despede e desce do palco para beber entre os presentes. E nós saímos em direção ao ultimo trem da noite, com a ultima Guiness na mão e com o refrão de "Dreaming" ainda na cabeça. Showzaço!
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