sexta-feira, 19 de março de 2010

20 anos de uma relação pessoal


indie.punk.pop volta de uma breve hibernação para celebrar o grande momento do ano, que está chegando. Mortais imundos, dia 16 de Abril Mike Ness & cia estarão entre nós para tocar os clássicos que embalaram uma geração de punk rockers anos a fio.

Já se vão 20 anos quando peguei emprestado uma fitinha cassete (é, daquelas basf de 60 minutos) que tinha em uma lado o "bedtime for democracy" do Dead Kennedys e do outro o "Prision bounds" do SOCIAL DISTORTION.

Amor a primeira vista, dali em diante Mike Ness e cia me acompanharam em boa parte da vida. Quando estrei na faculdade escutei pela primeira vez o "Somewhere between heaven and hell"; de um amigo de bar da UFF ganhei uma fita cassete com o "Social distortion", de 1990. De uma ex-namorada, o CD "mommys little monster".

Já me formando, naquele momento em que tudo à sua frente cheira a incerteza e transição, comprei o CD "White Light, White Heat, White Trash", e "I was Wrong" era tudo que eu precisava ouvir pra repensar a vida naquele momento. Assim como "dear lover" rolou no CD player por muitas e muitas noites de solteiro regadas a Black Label, no quarto da casa.

Já casado, em uma viagem a SP com minha amada compro o "sex, love and rock'n'roll", e tenho a sensação que "reach for the sky" foi escrita por mim - e fico com uma raiva desgraçada do Mike por ter "roubado" minha letra, de tão pessoal que soava.

E por todos estes anos eu ficava imaginando como seria um show do Social Distortion - sensação parcialmente contemplada com o DVD "Live in Orange County" e com o video "Another state of mind". Mas quando saiu a notícia de que a tour deles pela America do Sul, de fato, rolaria, me dei conta de que nunca esperei tanto pra ver uma banda ao vivo. Eu vi RAMONES quando conhecia-os ha uns 4 anos. Esperei 7 anos pra ver o Bad Religion, menos de 2 anos pra ver o NEW MODEL ARMY e mais de uma década pra ver os PIXIES na minha frente. Mas nunca pensei que, depois disso tudo, ainda ficaria ansioso para ver uma banda ao vivo como estou para estes dois dias, 16 no Rio e 17 em SP.

E, como eu, acredito, toda uma geração de punk rockers que cresceu ouvindo Mike Ness cantar as musicas de nossa geração.