sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pinheads: a história completa

Lá pelos idos de 1993, eu e dois irmãozinhos meus tínhamos um fanzine. É garotada, fanzine, era tipo um jornalzinho independente, feito por nós mesmos - dos textos à xerox e recortar um por um. A bagaça se chamava "2 hard noize" e até que circulou bastante pela cidade. Falávamos de musica - basicamente rock rap e punk rock independente - e skate. Um dia conto mais a fundo esta história, que merece um registro.

Mas vamos ao assunto: em uma destas idas e vindas fanzineiras, chega às minhas mãos através de uma galera de bandas do Rio com as quais nos reuníamos, um compacto em vinil de uma bandinha Curitibana chamada PINHEADS. Lembro que eu e o Fred escutamos o bagulho - O Edu era mais ligado em Rap na época - e na hora AMAMOS! Era hardcore rapido e melódico na dose certa, em inglês, muito parecido com a banda que mais escutávamos na época, Bad Religion. E só isso já bastava.

Resenhei o compacto pro fanzine me rasgando em elogios - e acho que acabamos nunca enviando pros caras uma cópia, mas lembro que foi na mesma edição que escrevi sobre a primeira demo dos Cabeloduro, de Brasilia.

Gravei pra mim uma fita K7 (éééé kids, lembrem-se: não havia internet!!!) e confesso que ouvi esse disco - "for fun" - dos Pinheads até a fita estourar. Eram 6 musiquinhas, com letras bacanas e gravação decente, para os parâmetros da época.

Cerca de dois anos depois tive a chance de finalmente vê-los ao vivo, no velho Circo Voador, tocando com os locais Cabeça e Beach Lizards. E poguei feito um louco. Neste dia comprei a outra demo deles que também foi devidamente escutada até estourar. Como nunca consegui encontrar uma camisa deles aqui no Rio, acabei fazendo uma, com desenho do nome da banda à mão. E nem lembro a quantos shows fui com os Pinheads estampados junto ao corpo.

Era uma época em que conhecer uma banda nova era um fato que agregava os amigos: você descobria através de alguem, copiava o disco - ou a fita - na casa de um amigo e vocês ouviam juntos e falavam da banda. Descobrir uma banda nova era como achar uma pérola e tinha todo um valor sentimental. A gente trocava cartas com bandas de outros estados que gostássemos e esperávamos a fita demo chegar semanas depois. A gente emprestava demos pros amigos. A gente vivia e respirava musica. E os Pinheads foram, provavelmente, minha banda nacional preferida dos 90's (junto com o Dreadfull de BH).
Ainda chegaria, por volta de 1998, a comprar a coletânea "Flying music for flying people" em que eles aparecem com 6 músicas, o único registro em Cd que tenho da banda.

Lembrei muito disso tudo esta semana, em férias, quando finalmente pude sentar e ler de cabo a rabo "Pinheads: History Lesson 1989-1996", blog criado pelo dudu, ex batera da banda. Recheado de histórias, o blog é muito, mas muito mais que um conjunto de histórias de uma banda independente: é um registro histórico de toda uma cena e de uma época do punk rock independente brazuca. Tanto pra quem viveu - e que fatalmente lembrará de dezenas de histórias - quanto pra quem começou a ouvir punk rock mais recentemente, trata-se de leitura indispensável para entender como toda uma geração independente cresceu e tomou diferentes caminhos.

Você pode ler o blog dos Pinheads aqui.

Meu Top 5 Pinheads:
1 - I'm not a nerd
2 - Digital Thoughts
3 - into another cyco
4 - runaway
5 - Friendly song

Um comentário:

  1. Haha... Que coincidência, olha só sobre o que eu acabei de escrever no meu blogue :)
    Abraço!

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