sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Passei a semana escutando...AS DIABATZ!

Curitiba sempre foi a meca do psychobilly brazuca. Afinal de lá sairam bandas históricas como Ovos Presley, Krapullas e Catalépticos, além de festivais internacionais como Psycho carnival e Psycho fest.

Pois tinha que ser justamente da capital paranaense a banda que me arrebatou nas últimas semanas. As DIABATZ são um power trio feminino de psychobilly com muita, mas muuita personalidade. Formado por 3 amigas que frequentavam a cena psycho local, a banda vêm com letras (em inglês) criativas e um instrumental muito bem executado fazendo com que seu disco "Riding throuth the devil's hill" não saia do meu mp3 player ha semanas. Um bom diferencial que vale a audição é que , como poucas bandas da cena, as Diabatz mesclam o psycho com a levada mais cadenciada e tradicional do rockabilly em vários momentos, tornando sua musica mais variada e surpreendente.

As moças tem uma boa cancha de shows e uma tour pela Europa nas costas e tocam no Rio em Novembro. Pra balançar o esqueleto e jogar o topete pro alto!
Você pode escutar as meninas aqui


domingo, 16 de agosto de 2009

E não é que o Friendly Fires é quente?

Friendly Fires no Circo Voador

"Tô me sentindo no Fashion Rio"...Esse comentário da minha mulher quando entramos no Circo Voador ontem retratava bem o público da noite. Uma infinidade de "mudernos" com roupas retrô 80's e clones da Lovefoxx invadiam a lona da Lapa pra conferir uma das bandas mais comentadas do momento pela Europa e USA: o Friendly Fires. A abertura ficou a cargo do Brollies & Apples e dos hypados Copacabana Club.

Não gosto de falar mal de banda, mas achei o Brollies & Apples chato pra dedéu! Musicas cansativas, excesso de caras e bocas, muito visual e puco conteúdo. Mas acho que fui exceção , pois quase todo mundo dançou e pareceu gostar do som do quarteto que tem entre os membros a dupla "Lella" Bianca Jordão e Rodrigo Brandão. Next, please.

Copacabana Club

O Copacabana Club entrou com jogo ganho e som mal ajustado. As musicas são legais, nada que você vá lembrar na manhã seguinte, mas é divertidinho. A batera e o baixista meio que levam a banda nas costas, mas deram uma esquentada boa na galera.

Um rolê, papo com amigos e um olhar sobre a fauna do circo que parecia como disse minha senhora no inicio do texto, uma passarela de programa de moda do People and Arts com todo mundo "causando" pelo Circo (mas que diabos é essa porra de "causando" meu Deus???). No mínimo divertido.

O Friendly Fires demorou pra dedéu a começar, mas quando entraram no palco, já foi detonando com a dobradinha "Lovesick" e "Jump in the pool". Ao vivo eles são uma puta banda de rock tocando Dance, som alto, cozinha pesadaça, gravão estourando no peito e guitarras bem sintozizadas. Me surpreendeu mesmo, pois apesar de gostar da banda tava meio com um pé atrás de como eles seriam ao vivo. E na quarta musica, "in the hospital" eu já tava me acabando com os mais de mil presentes na grande pista de dança que se transformou a lona do circo voador.

Como a banda só tem um disco lançado, o bacana é que o show é "short shot", seco e direto. Quando a coisa pega fogo com "on board" e o mega-hit "Paris", o show acaba! Eles voltam pra um bis e saem com o jogo ganho. O Friendly Fires, ao vivo, é quente! Showzaço!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pinheads: a história completa

Lá pelos idos de 1993, eu e dois irmãozinhos meus tínhamos um fanzine. É garotada, fanzine, era tipo um jornalzinho independente, feito por nós mesmos - dos textos à xerox e recortar um por um. A bagaça se chamava "2 hard noize" e até que circulou bastante pela cidade. Falávamos de musica - basicamente rock rap e punk rock independente - e skate. Um dia conto mais a fundo esta história, que merece um registro.

Mas vamos ao assunto: em uma destas idas e vindas fanzineiras, chega às minhas mãos através de uma galera de bandas do Rio com as quais nos reuníamos, um compacto em vinil de uma bandinha Curitibana chamada PINHEADS. Lembro que eu e o Fred escutamos o bagulho - O Edu era mais ligado em Rap na época - e na hora AMAMOS! Era hardcore rapido e melódico na dose certa, em inglês, muito parecido com a banda que mais escutávamos na época, Bad Religion. E só isso já bastava.

Resenhei o compacto pro fanzine me rasgando em elogios - e acho que acabamos nunca enviando pros caras uma cópia, mas lembro que foi na mesma edição que escrevi sobre a primeira demo dos Cabeloduro, de Brasilia.

Gravei pra mim uma fita K7 (éééé kids, lembrem-se: não havia internet!!!) e confesso que ouvi esse disco - "for fun" - dos Pinheads até a fita estourar. Eram 6 musiquinhas, com letras bacanas e gravação decente, para os parâmetros da época.

Cerca de dois anos depois tive a chance de finalmente vê-los ao vivo, no velho Circo Voador, tocando com os locais Cabeça e Beach Lizards. E poguei feito um louco. Neste dia comprei a outra demo deles que também foi devidamente escutada até estourar. Como nunca consegui encontrar uma camisa deles aqui no Rio, acabei fazendo uma, com desenho do nome da banda à mão. E nem lembro a quantos shows fui com os Pinheads estampados junto ao corpo.

Era uma época em que conhecer uma banda nova era um fato que agregava os amigos: você descobria através de alguem, copiava o disco - ou a fita - na casa de um amigo e vocês ouviam juntos e falavam da banda. Descobrir uma banda nova era como achar uma pérola e tinha todo um valor sentimental. A gente trocava cartas com bandas de outros estados que gostássemos e esperávamos a fita demo chegar semanas depois. A gente emprestava demos pros amigos. A gente vivia e respirava musica. E os Pinheads foram, provavelmente, minha banda nacional preferida dos 90's (junto com o Dreadfull de BH).
Ainda chegaria, por volta de 1998, a comprar a coletânea "Flying music for flying people" em que eles aparecem com 6 músicas, o único registro em Cd que tenho da banda.

Lembrei muito disso tudo esta semana, em férias, quando finalmente pude sentar e ler de cabo a rabo "Pinheads: History Lesson 1989-1996", blog criado pelo dudu, ex batera da banda. Recheado de histórias, o blog é muito, mas muito mais que um conjunto de histórias de uma banda independente: é um registro histórico de toda uma cena e de uma época do punk rock independente brazuca. Tanto pra quem viveu - e que fatalmente lembrará de dezenas de histórias - quanto pra quem começou a ouvir punk rock mais recentemente, trata-se de leitura indispensável para entender como toda uma geração independente cresceu e tomou diferentes caminhos.

Você pode ler o blog dos Pinheads aqui.

Meu Top 5 Pinheads:
1 - I'm not a nerd
2 - Digital Thoughts
3 - into another cyco
4 - runaway
5 - Friendly song