quarta-feira, 27 de maio de 2009

A santíssima trindade branca de NYC venceu de novo!



Não gosto - na verdade, tenho ogeriza - de ver no que o rap se transformou nestes tardios anos 2000. Em uma cena dominada por musicas que mais parecem axé com base eletrônica, letras sobre mulheres, dinheiro, carrões e afins, é nostálgico e ao mesmo tempo bacana saber do relançamento de um dos maiores discos de uma das mais criativas bandas/ grupos de rap de todos os tempos.

Os BEASTIE BOYS, um dos favoritos da casa, estão relançando em vinil e CD o álbum "Check your head", com novo encarte. Este disco de 1992 é simplesmente um marco do rap das ultimas décadas, divisor de águas mesmo!

O BB sempre foi pouco chegado a mesmice e neste disco eles foram fundo em uma aposta que havia começado de leve em "paul's Boutique" de 1989: flertar o rap e o punk rock com o jazz, com musicas tocadas por banda (no caso, eles mesmos assumiram baixo, guitarra e batera).

Lembro de ter comprado o CD em uma banquinha da Pedro Lessa nos idos de 93. Foi um daqueles CD's que escutei até cansar, desde a intro "Jimmy James" (um clássico pra mim), passando pelo baixo gravão de "Gratitude" (que foi a ultima musica do show deles aqui em 2006 no Tim Festival), estourando nos clássicos "So What'cha want" e "Professor Booty". Engraçado que, na época, o CD vinha com aquele adesivo na capa de "parental advisory", tipo um aviso de que o conteúdo era pouco recomendável para crianças e jovens.

E era mesmo, porque mesmo falando de putaria, sacanagem e alienígenas, ao contrário dos rappers atuais, a maior qualidade dos BB era justamente não se levarem a sério. E isso fazia toda a diferença! E isso fez e ainda faz deles tão geniais - vide quem teve a chance de ver o sensacional show deles no Tim ha dois anos.

Você pode ter uma amostra da coisa toda vendo o video deles tocando "What'cha Want" ao vivo, semana passada, aqui: http://www.youtube.com/watch?v=uEEi5JSuBZA




segunda-feira, 11 de maio de 2009

BACK TO THE 90'S


Neste final de semana esta terra esquecida pelos deuses do Rock foi agraciada com a realização de dois shows sensacionais, de bandas que cravaram seu nome no hardcore dos 90's. Na Sexta o DOWN BY LAW (muito bem acompanhado pelo CÓLERA) quase nos levou as lágrimas em um Circo Voador semi vazio, com um showzaço que em breve estará resenhado no portal Revoluta (www.revoluta.com)

No Sábado, o GARAGE FUZZ, uma das bandas mais idolatradas da cena brazuca deu as caras pelo Rio na mais nova casa de shows under da cidade, a Drinkeria Maldita de Copacabana.
E foi um bailão! O Garage Fuzz é foda e ponto! E impressiona por vários aspectos: a técnica da banda - que faz com que, nos shows, você se sinta como se estivesse escutando o CD, tamanha a qualidade da execução das musicas; a completa e intensa interação com o público, comandada pelo vocalista Alexandre "Farofa"; a energia de palco - o que em uma banda com 18 anos de estrada é invejável; e a escolha sempre perfeita de set lists que contemplem todas as fases da banda. Pra quem, como eu, adora a banda desde o primeiro CD, é uma delícia saber que sempre haverá aquela musica que esperava ouvir no set list!

O público na Drinkeria, de cerca de 200 pessoas, agitou desde a primeira musica, "dear cinnamon tea", seguindo cantando junto no restante do show quase todas os sons. Destaque absoluto da noite foi durante "observant", com os dois barman's da casa cantando a musica de pé, no balcão do bar, com direito a stage dive de um deles ao final: sensacional!

A estrutura da casa acolheu a todos com conforto e de qualquer ponto era possível ver o show com tranquilidade. O final com "Morgan great friend" foi a cereja no bolo de um show lindo e de um final de semana como há tempos a cidade dita maravilhosa não assistia. Que venham mais destes!!
PS: foto escandalosamente roubada do fotolog da banda.

terça-feira, 5 de maio de 2009

As fantasias do METRIC


Já fazem 4 semanas que escuto sem parar "Fantasies", o novo album do METRIC, uma das bandas preferidas da casa. E a cada audição fico mais bolado, admirado e surpreso com a capacidade da vocalista Emily Haines, nossa indie-musa-de-plantão, de escrever letras inteligentes e honestas sem soar pretensiosa ou falsamente "cabeça".

É, as letras sempre foram e seguem sendo a linha de frente do Metric, quarteto canadense indie-pop formado no inicio dos anos 2000. Mas como nos discos anteriores, as letras politizadas-pero-não-panfletárias da vocalista Emily são muito bem acompanhadas por guitarras distorcidas, cozinha firme e sintetizadores que fazem do Metric uma banda que se destaca no turbilhão de hypes da era myspace.

"Fantasies" é mais coeso que seu antecessor, "Live it out", ou seja: é daqueles discos que vocês ouve inteiro sem pular nenhuma faixa. Mesmo nas mais lentinhas como "Collect call" ou "twilight galaxy" os arranjos estilo "suspense musical" vão te prendendo e destacando ainda mais forte a presença da voz de Emily. Amei particularmente "Stadium Love" (com um refrão alegrinho em uma letra sarcástica) e "sick muse" - mas a bolachinha toda é foda! Baixe ontem!

Tive a sorte de ver um show do METRIC ano passado no festival MOTOMIX em São Paulo, e foi um dos mais acachapantes shows de rock que vi ano passado! As fotos deste texto são deste show.

Você pode escutar o Metric em:

www.myspace.com/metricband

segunda-feira, 27 de abril de 2009

36 anos em 36 shows!

Aniversário é sempre meio deprê, mas vale pelas lembranças de que ainda há lenha pra queimar.

36 anos em 36 shows, porque a vida é cheia de som e fúria e esses momentos fazem a gente mais feliz.

1. Ramones – Vi 3 vezes, o melhor foi o do circo voador, em 94! Essa foto acima é minha, que saiu no jornal O Globo, depois do quebra quebra no show deles no Canecão em 1992.

2. Bad Religion – vi 5 vezes mas a melhor foi a primeira, em 96, Festival Close Up Planet!

3. Kreator – 1992, quadra da Estácio – um show demolidor no auge do Thrash!

4. Slayer – vi duas vezes, mas a ultima na Fundição foi animal!

5. Suicidal Tendencies – vi 4 vezes, mas a do ano passado no Circo foi inesquecível!

6. Superchunk – 1998, a melhor banda dos 90’s pra mim.

7. Agnostic front – duas vezes, a do Ballroom em 1999 foi a melhor!

8. weezer – 2005, Curitiba, em meio a amigos e fanáticos por Rivers e cia.

9. pixies – 2004, Curitiba, simplesmente o show perfeito!

10. Toy dolls – 2006, São Paulo, com meu camarada Marcelo Ramones.

11. New model army – Vi duas vezes, mas a de 2007 foi the best: as letras faziam ainda mais sentido!

12. Biohazard – o de 1997 no Scala, foda!

13. Down by law – 1999, no extinto Ballroom e eles tocaram “under your influence” do Dag Nasty!

14. Man or astroman? – o ultimo, no Ballroom em uma Segunda Feira, cheio!

15. Bad brains – 2008, Circo Voador.

16. Agent orange – 2000, praia da Barra, sol, ondas e a melhor banda de surf punk na minha frente!

17. Buzzcocks – o do circo voador foi o melhor dos dois que vi deles!

18. Beastie boys – O de 94 no Imperator, melhor dos dois que vi, na época do “ill comunication”!

19. Gogol Bordello – 2008, Tim Festival.

20. Bjork – 2007, ao lado da pessoa ideal.

21. Pennywise – Especialmente o de abertura pro Bad Religion, em 2004!

22. Bloc party – 2008, circo voador.

23. The Cure – 1996, o da Praça da Apoteose, lindo!

24. Jello Biafra & RDP – 1992, ver meu ícone punk no circo voador foi o auge da juventude!

25. Dead Kennedys – 1999, mesmo sem Jello, foi lindo cantar todos os hinos do DK junto a todos os amigos!

26. Echo & the Bunnymen – 1999, Claro Hall.

27. Faith no more – 1991, Rock in Rio. Simplesmente engoliram todas as atrações da noite! Cheguei a vê-los de novo no ano seguinte, no Maracanazinho.

28. Fugazi – 1994, circo voador meia bomba e ian Mackye pela primira vez na minha frente!

29. Sonic youth – Vi duas vezes, mas a do Free Jazz Festival foi de chorar!

30. Iggy and the Stooges – 2005.

31. Samiam – 2003, no Garage lotado,último show do Reffer!

32. Seaweed – 2000, Verdurada de BH.

33. Teenage fanclub – 2004, Curitiba, em uma noite gelada e com o ceu mais estrelado que já vi!

34. the Evens – 2008, Audio Rebell e apenas com violão e batera Ian Mackye mais uma vez desmontou minha vida.

35. Lemonheads – 1997, Imperator vazio e um showzaço!

36. Jesus and mary chain – 1990, Canecão, meu ouvido ficou zumbindo uma semana.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Passei a semana escutando...Os Excluídos


Fazia tempo. Tempo mesmo que uma banda de punk rock não me pegava pelos ouvidos e grudava com tanta força. Veja bem, PUNK ROCK, não Hardcore, psycho, bublegum, power violence, metalcore...estou falando do bom e velho punk rock de Clash, 999, Buzzcocks, Chelsea, Ramones e afins.

E este quarteto paulistano definitivamente SABE fazer punk rock de qualidade. Musica assobiáveis com letras simples e objetivas, bases pesadas mas bem elaboradas, vocal limpo mas com atitude. Descobri através do Myspace e dali em diante suas musicas foram as principais companheiras de viagem entre onibus e metrôs da cidade. Os caras andam meio parados mas já tocaram muito na night paulistana e chegaram a abrir o show do Stiff Little Fingers.

Você escuta musicas como "km 77", "as ruas te esperam" e "eu não quero" no myspace dos caras: www.myspace.com/osexcluidos

e cate no Trama Virtual que lá vc baixa todos os sons dos caras. E enjoy.

Londres, 1977 é aqui!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Bob Mould "Life and Times"


Nunca poderia ser jornalista pois minha passionalidade sempre me trairia. Sim, porque apenas duas semanas depois de me derreter pelo novo disco de meu querido Moz, eis que meu eterno herói Bob Mould aparece com este impecável "Life and times" fazendo minha vida mais feliz, e a escolha do disco do ano cada vez mais acirrada.

Se vc esteve fora do planeta Terra nos ultimos anos, estamos sim falando de Bob Mould, ex-frontman do Husker Dü e do Sugar, duas das melhores bandas de todos os tempos. E que tem construído desde o meio dos anos 90 uma sólida carreira solo.

Neste disco Bob volta com duas de suas marcas registradas, o que por sí só já garante a alegria de seus fãns como eu: letras ácidas e introspectivas, mas universais, daquelas que parecem ter sido escritas pra você; e as melodias distorcidas mas incrivelmente pop's que ele e apenas ele faz como ninguem.

Se no disco anterior "District line", Bobo apresentava um certo cinismo frente aos temas e a seu envelhecimento, em "life and times" um bob denso e por vezes pesado ressurge, como nos tempos de "Zen arcade" da sua ex-banda Husker Dü. Ouvir "bad blood better" e "Lifetime" são provas disso. Entretanto, os candidatos a hits instantâneos estão lá, e eu aposto em pelo menos 3 canções que estou cantarolando ha uma semana sem parar: "Spiraling Down", "Mm 17" e "Argos", de longe a mais "husker dudiana" canção de bob desde o fim do trio.

"Life and times" é uma pérola em um universo indie cheio de hypes efêmeros e novos talentos sem talento. E bob mould, no universo indie, segue sendo Rei!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Passei a semana escutando...Tegan and Sara!

Na ultima semana essas duas gêmeas canadenses foram minhas companheiras de viagem pelos ônibus e metrôs da cidade Maravilhosa.

Formada em 1995, a banda indie eletrônica TEGAN AND SARA é formada por duas irmãs gêmeas que começaram em seus quartos com gravações caseiras de musicas ao violão. Logo agregaram uma "banda" propriamente dita e começaram a gravar seus discos e fazer shows, já tendo tocado com nomes como Weezer, hot hot heat, Killers e até Neil Young.
O som é indie mas com uma pegada pop que entusiasma. Musica pra dar uma levantada no astral, pra sair assobiando por aí enquanto rola no mp3 player.

As meninas tem 5 álbuns lançados sendo "So Jealous" o preferido deste escriba.

Confira que é pedida certa! Você pode ouvi-las aqui: http://www.myspace.com/teganandsara
abraço!